quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Sobre o Ato de Criar

"A caverna foi a casa na qual o artista se sentia seguro enquanto criava; pois a casa abriga o desvaneio, a casa protege o sonhador, a casa permite sonhar em paz" 


          O trecho acima foi retirado do livro Teoria e Prática do Ensino de Arte da escritora Mirian Celeste Martins, Gisa Picosque e Maria Terezinha Telles Guerra e me faz refletir sobre criar.
         Criar é um ato solitário. Imaginemos a cena: O primeiro ser humano a entrar em uma caverna e riscar sobre as paredes, imagens de seres presentes no seu dia-a-dia, não o fez sobre o olhar de uma multidão. Além disso, evidencias históricas indicam que os desenho dos primórdios da humanidade possuíam algo de ritualístico, onde o "artista/xamã" aprisiona em uma imagem a "alma" do outro ser, o que facilitaria sua captura. Pois bem, não vamos nos aprofundar nesse assunto que não e tema do artigo.
         Criar. Trazer a luz algo que só existia no mundo das ideias. Criar é  um exercício complexo para aquele que esta no estado de "artista". Digo estado, pois o ser criador geralmente se encontra em sintonia com algo que não e perceptível a todo os seres humanos, até o momento em que se materializa em forma de Arte.
          Chamado de criatividade por alguns, esta não tem lugar nem hora para se manifestar, porém o artista, aquele ser que esta conectado com algo além, é  que se colocando como um "receptor do universo" ( não encontro outro termo melhor no momento) sabe como colocar em ação seus sentido para que o ato criativo se manifeste. E uma vez conectado ao universo o artista passa a manifestar Arte (ou Artes, uma vez que esta pode se manifestar na forma de imagens, pinturas, desenhos, esculturas, musica, dança, uma peça de teatro, etc, etc) usando sua técnica para transformar algo que existia apenas em sua mente, em algum artefato artístico.
        Para fazer arte, ou se conectar a esse estado, o artista se refugia em sua caverna, que algumas vezes se traduz no espaço que chama de atelie e longe de olhares de terceiro, mergulhado no silêncio e na solidão, ele cria.

Texto de Jimmy Rus. 03  de janeiro de 2018, direto de sua caverna. 



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